segunda-feira, 22 de junho de 2015

INCURSÕES DO CANGAÇO EM PALESTINA-AL



23/06/1933 – Primeira incursão do cangaço em Retiro- hoje Palestina. O grupo de bandidos chefiados por Corisco entra no povoado Retiro sem causar danos. Entre alguns cangaceiros estavam: Limoeiro, Suspeita, Medalha, Zé Fortaleza e Sérgia da Silva Ribeiro -Dadá. Corisco ainda fez mais outras duas incursões a Palestina-1934 e 1935.
31/05/1936 - Primeira e única incursão do Capitão Virgulino Ferreira da Silva -Lampião, Ao povoado Retiro – hoje Palestina. Em Dezembro de 1935 veio a se instalar por dois dias dentro do povoado Retiro vários comandos de volantes cerca de 100 homens sob o comando do famigerado, Tenente José Rufino. Foram abatidos vários animais de grande porte para alimentar a grande volante, às expensas do senhor Manoel Silvino de Carvalho.
Quando Lampião atacou o povoado Retiro - hoje Palestina, houve grande correria e alvoroço dos moradores. O ataque foi praticamente de surpresa. Na casa do senhor Manoel Silvino o zabumbeiro tocava o encerramento da novena do mês de Maria. O zabumbeiro quis parar, Lampião mandou prosseguir e deu garra da jovem Antônia Rosa de 17 Anos filha de Manoel Silvino e com ela dançou a novena inteira ao toque da zabumba. Enquanto isso, parte dos moradores estavam espremidos numa pequena casinha de oração, com a porta tomada pelos cangaceiros. Era noite de lua clara que só o dia. Lampião encarregou os jovens:
Odilon Vieira de Carvalho (1911-1999) Manoel Avelino do Santos (1913-2007) Manoel Vitorio dos Santos – Bidú (1899-1975).
Esses jovens na época foram requisitados por Lampião para arrebanhar alguns cavalos na localidade. Bidú desatendeu o comando do cangaço, se escondeu no mato e não trouxe os animais. O cangaceiro Juriti deixou um recado (...)
(Ainda houve dois roubos e uma extorsão (...)
Maiores informações com o Pesquisador Marcelo Maciel.






CANGAÇO INÉDITO!!!

CANGAÇO INÉDITO!!!
(Por Marcelo Maciel – Pesquisador)
Alguns versos rimados e cantados por poetas populares e os próprios cangaceiros no tempo do cangaço, envolvendo nomes exclusivamente de localidades do sertão alagoano. Algumas dessas localidades cidades no tempo do cangaço, outras passaram a ser cidades bem depois.

Pão de açúcar está de luto,
Santana de sentimento, (Santana do Ipanema-AL)
Olho d’água portas abertas
E lampião dançando dentro.

A aliança de Queiroz
Custou um conto de réis,
Lampião, tirou e botou no dedo
Sem custar nenhum dez réis.

Foi um dia de horror
Era uma Quarta-Feira
Quando virgulino Lampião
Com a sua cabroeira
Invadiu Olho d’água das flores
Cantando mulher rendeira.

As moças da Tapera (São José da Tapera-AL)
São pretas mas tem ação,
Dançaram uma noite inteira,
Com os cabras de Lampião.



A mulher de Major Lucena
Teve um menino chorão.
E o povo anda dizendo
Que é filho de Lampião.

As moças de Santana
São pobres mas tem ação
Mandaram queijo e rapadura
Para o bornal de Lampião.

Em Lagoa de Pedra (Pov. Pão de açúcar-AL)
Lampião ficou injuriado,
Porque viu uma mulher
Do cabelo cortado,
Deu-lhe uma carreira,
Esbarrou num alastrado.

Lampião disse que não corria
Mas foi um fim no corredor,
Correu lá da Matinha (Água Branca-AL)
Com cinqüenta atirador.

Da Matinha para Viçosa
Houve grande revolução,
Uma mulher perdeu a cria
Ao saber da fama de Lampião.

Chore até não querer mais
Chora, Chora mulher.
Eu só quero ouvir o choro,
Da mulher do Canindé. (Canindé de são Francisco-SE)