segunda-feira, 22 de junho de 2015

CANGAÇO INÉDITO!!!

CANGAÇO INÉDITO!!!
(Por Marcelo Maciel – Pesquisador)
Alguns versos rimados e cantados por poetas populares e os próprios cangaceiros no tempo do cangaço, envolvendo nomes exclusivamente de localidades do sertão alagoano. Algumas dessas localidades cidades no tempo do cangaço, outras passaram a ser cidades bem depois.

Pão de açúcar está de luto,
Santana de sentimento, (Santana do Ipanema-AL)
Olho d’água portas abertas
E lampião dançando dentro.

A aliança de Queiroz
Custou um conto de réis,
Lampião, tirou e botou no dedo
Sem custar nenhum dez réis.

Foi um dia de horror
Era uma Quarta-Feira
Quando virgulino Lampião
Com a sua cabroeira
Invadiu Olho d’água das flores
Cantando mulher rendeira.

As moças da Tapera (São José da Tapera-AL)
São pretas mas tem ação,
Dançaram uma noite inteira,
Com os cabras de Lampião.



A mulher de Major Lucena
Teve um menino chorão.
E o povo anda dizendo
Que é filho de Lampião.

As moças de Santana
São pobres mas tem ação
Mandaram queijo e rapadura
Para o bornal de Lampião.

Em Lagoa de Pedra (Pov. Pão de açúcar-AL)
Lampião ficou injuriado,
Porque viu uma mulher
Do cabelo cortado,
Deu-lhe uma carreira,
Esbarrou num alastrado.

Lampião disse que não corria
Mas foi um fim no corredor,
Correu lá da Matinha (Água Branca-AL)
Com cinqüenta atirador.

Da Matinha para Viçosa
Houve grande revolução,
Uma mulher perdeu a cria
Ao saber da fama de Lampião.

Chore até não querer mais
Chora, Chora mulher.
Eu só quero ouvir o choro,
Da mulher do Canindé. (Canindé de são Francisco-SE)




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