sexta-feira, 12 de julho de 2013

A VOZ DA DEMOCRACIA CONTRA O GOLPE MILITAR DE 1964

PROFESSOR EDIVAL AUGUSTO DE MELO
(PÃO DE AÇÚCAR – AL, 17/10/1931 – MACEIÓ – AL, 16/09/2011)
PROFESSOR EDIVAL – filho do carpinteiro Jose augusto de melo e de Merandolina Maciel – dona mocinha, ambos falecidos, como também seus dois irmãos: - José e Venâncio. Logo cedo começou a estudar as primeiras lições escolares e, a se destacar com brilhantismo de ótimo estudante, já demonstrando um exemplo de responsabilidade com critérios de organização e liderança, no entanto, em pouco tempo tornou-se líder - orador de classe estudantil. Em 1948, iniciou na vida publica como funcionário da agencia dos correios de Aracajú-SE.
            Em 1949 chegou ao Rio de Janeiro, logo se inscreveu nas fileiras da MARINHA BRASILEIRA, sendo aprovado seguiu carreira, galgando o posto de sargento. Disciplinado e prestigiado chegou a presidir a ASSOCIAÇÃO DOS MARINHEIROS.
            No golpe militar de 1964, insubordinou-se contra o novo regime a ser imposto ao povo brasileiro; na Praça 15, no centro do Rio de Janeiro fez a abertura oficial de inflamado discurso de conotações esquerdistas desagradando, portanto, aos militares - linha dura, ao lodo de companheiros e de lideranças políticas como Leonel Brizola, conseguiu sublevar inúmeros setores das três forças armadas. Como sempre a força maior combateu a menor, não fora possível evitar o golpe e, em questão de poucas horas, começaram as perseguições e as deserções. Procurado por todo território nacional passou a viver na clandestinidade, até que conseguiu se exilar no México, fuga planejada por companheiros de luta que ainda viviam numa certa legalidade; fugas estas, a maioria delas organizadas e financiadas até, pelo grande líder esquerdista Luis Carlos Prestes. Do México partiu para a Europa, esteve na Rússia – antiga União Soviética, Hungria, Checoslováquia e Portugal.
            Ganhou uma visão de um mundo bem mais moderno e justo; visitou grande parte das America  Central e do Sul. Retornando do exílio tentou entrar no Brasil pelo Uruguai com documentos de um embaixador falecido de sobre nome – PIETRO. Conseguindo entrar pela fronteira      Brasil - Uruguai, avançou até ao estado do Paraná, onde foi preso por militares do exercito; logo foi condenado em processo militar a uma pena de (103 anos). Transferido de prisão em prisão foi entregue aos carrascos do quartel do 1º exercito no rio de janeiro; onde veio receber a pena máxima para traições do novo governo militar – fuzilamento com outros companheiros guerrilheiros na serra do Caparaó, onde já havia estado nos primeiros dias tentando resistir ao movimento militar ao lado de inúmeros companheiros dos mais diversos segmentos e ideologia política. A serra do Caparaó foi uma espécie de QG da resistência, até que caiu em mãos dos militares. Mais como o seu processo militar, caiu em mãos do GENERAL MOURÃO FILHO, este então contrariado e insatisfeito porque queria ser presidente passou a despachar alguns processos com deferimentos favoráveis. Teve sua fuga na prisão mais uma vez planejada por guerrilheiros e a conivência de alguns militares moderados; até que conseguiu chegar a Pão de Açúcar sua terra natal em 1966, solteiro, vivendo na clandestinidade, passando privações, qualificado de comunista, ateu e anticristo, até quando o fazendeiro e amigo MANOEL CABUDO começou a lhe financiar, resolvendo sua situação militar, saindo da condição de desaparecido para a legalidade. Tido por morto teve o soldo requerido por um irmão que não lhe repassava justamente. Com a aprovação da LEI DA ANISTIA conseguiu reaver o seu soldo integralmente com todas as prerrogativas a que tinha direito. Com alguns companheiros conseguiu interceptar a mensagem militar CÓDIGO TRÊS que mandava assassinar por atropelamento o ALMIRANTE CANDIDO ARAGÃO que estava exilado em Portugal. A mensagem chegou aos ouvidos do governo português causando um incidente diplomático entre os dois países.
            Professor edival – foi supervisor de ensino do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), nos municípios de pão de açúcar, palestina, batalha, belo monte e são Jose da tapera e mesmo também professor de 1º e 2º graus no antigo colégio cenecista Dom Antonio Brandão de pão de açúcar.


ATUAÇÃO POLÍTICA EM PALESTINA – ALAGOAS 



PROFESSOR EDIVAL atuou como secretario de administração na gestão do então prefeito Jose Inocêncio filho – Zezé de Prazeres (1979 - 1983), ficou por cerca de quatro meses no cargo, pressionado pelo político ELÍSIO MAIA (1914 – 2001), elaborou uma carta demissão mesmo contra a vontade do prefeito, que ainda insistiu pela sua permanência. Na grande estiagem de 1987 atuou como coordenador de frentes de serviços. A 05 de outubro de 1987 fundou a ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO DE PALESTINA, tornando-se seu primeiro presidente. Também atuou na gestão do prefeito Antonio Jose da silva – Toninho Cabudo (1997- 2001), também como secretário de administração, demitiu-se do cargo por divergir de irregularidades na administração.
            Desiludido da incansável luta política por palestina, onde não conseguiu se eleger prefeito em 1982 vendeu sua residência e resolveu se estabelecer definitivamente em pão de açúcar; fumante inveterado acometido de sérios problemas de saúde viveu seus últimos anos de vida em pão de açúcar onde foi sepultado na ANTIGA TABA DOS GUERREIROS DE JACIOBÁ.
            _ Guerreiros como Bráulio Cavalcante, José de Freitas Machado (Zeca), Jovino da Luz e tantos outros.

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