quinta-feira, 2 de junho de 2016

OS 120 ANOS DO PATRIARCA DA FAMÍLIA CABUDO



                               OS 120 ANOS DO PATRIARCA DA FAMÍLIA CABUDO
                                                       (ZÉ CABUDO 1896-1984)
                                               O PATRIARCA DA FAMÍLIA CABUDO
Por: Marcelo Maciel – Pesquisador  
José Antônio da Silva, Zé Cabudo (Pão de Açúcar, Al, 11/05/1896 – Palestina, AL 09/05/1984). Casou-se em 1917, com Maria Emília de Jesus com quem teve 08 filhos, todos nascidos no lugar Lagoa do Rancho – Cuja localidade, hoje pertence ao município de Monteirópolis. Teve um envolvimento amoroso com a senhora Roxa Malaquias com quem teve 05 filhos. Veio ainda a se casar em Pão de Açúcar, ficando viúvo enlaça-se outra vez com a jovem Lenir de 27 anos em Agosto de 1978, com quem ainda teve uma filha. Sua mãe Antônia Maria da Conceição filha de escravos foi uma negra da família MARTIM de Palestina com parentesco em São José da Tapera. Seu pretenso legítimo pai, que nunca o reconheceu como filho foi Luís da Silva Lessa – Luís Lotério de origem branca. Zé Cabudo foi desde menino criado pela família NICÁCIO, mais popularmente conhecidos por REDONDO do lugarejo Lagoa do Rancho. Manoel Redondo dizia também que era pai de Zé Cabudo, portanto, foi quem reivindicou a paternidade e o criou juntamente com seus outros filhos desde de criança. O apelido CABUDO ganhou do velho Manoel Redondo quando tinha por volta de sete anos, por causa de umas cabras que se recusou a ir amarrá-las no pasto. O velho Redondo desatendido pelo menino, exclamou:
- Vou dar-lhe umas lapadas, você está ficando CABUDO. Os meninos de Manoel Redondo achando o adjetivo engraçado, passaram a chamar o menino que era ZÉ-DE ZÉ CABUDO. Com medo de levar as lapadas, o menino Zé Cabudo correu para casa de um seu tio – Luís Redondo, onde ficou por muito tempo.
                                              SANTA CRUZ
Santa Cruz foi uma fazenda com cerca de 200 tarefas de terra, restou cerca de pouco mais da metade. A outra parte Manoel Alves de Carvalho – QUIM (1866-1962), dizia ser dono e, portanto, a cercou e apossou-se. A propriedade Santa Cruz, havia custado para ZÉ Cabudo 300 mil réis. Dinheiro de uma junta de boi na época. Em 1944 Santa Cruz passa aos domínios da família Cabudo que se desloca da fazenda Gavião dos pimentas de Lô Maria em Batalha, para fixar residência definitivamente. Durante décadas Zé Cabudo foi Magarefe (Marchante) e ferreiro, agricultor e pequeno pecuarista.
 COLABORADORES:
NELI CABUDO
CIRINHO CABUDO

quinta-feira, 21 de abril de 2016

LITERATURA NORDESTINA CANGAÇO EM PÃO DE AÇÚCAR- AL



                                                                    LITERATURA NORDESTINA
                                                    CANGAÇO EM PÃO DE AÇÚCAR- AL
                                                       João Firmino Silva (1911-2001)
                                                  (O maior conhecedor de cangaceiros)
                                                          O TOCADOR DE LAMPIÃO
                              Por: Marcelo Maciel – Pesquisador
       Quem em Pão de açúcar da velha ou da jovem guarda, não conheceu o barbeiro João Firmino, aquele senhor moreno, magro e de estatura mediana, contador de histórias a maioria delas do cangaço. Sergipano nascido na fazenda Belém, na época pertencente ao senhor Antônio Britto, grande apoiador de Lampião em sua fazenda e região do São Francisco sergipano, interior do município de Porto da Folha. João Firmino, quando jovem levou a vida por alguns anos como sanfoneiro do bando de Lampião; quando o cangaço acabou, casou-se com uma moça ribeirinha-Pão de açucarense do povoado Santiago, atendida por Dona Dalva (1917-2000). Sua barbearia, na sala de sua pequena e humilde casa em Pão de Açúcar, era ponto de encontro entre amigos e velhos conhecidos – muitos deles simpatizantes e contemporâneos do cangaço era uma frequência todas as Segundas-Feiras e um tanto durante a semana.
        Eu ainda um jovem com pouco mais de vinte anos, mas já um cultivador de histórias de cangaceiros, sempre que estava em Pão de Açúcar fazia-me presente na casa do senhor João Firmino, de início como um desconhecido, mas ávido de curiosidade, até que fiquei conhecido do velho e de alguns de seus amigos- Até que  certo dia perguntei – Seu João, eu posso copiar algumas coisas que o senhor fala do cangaço? – Ele me respondeu sem hesita: venha amanhã, que hoje estou ocupado. Na Terça-Feira com um caderno em mãos e uma caneta cheguei pela manhã na casa do velho João Firmino, era Dezembro de 1997. Começamos a conversar- Durante o nosso diálogo, o velho “tocador de Lampião” começou a me revelar um grande acervo que saía de dentro de sua lúcida memória – Falou-me, em mais de 100 apelidos de cangaceiros que conheceu de perto pessoalmente enquanto conviveu no seio do cangaço como sanfoneiro, sabia em verso e prosa como poucos até de onde procedia a maior parte dos cangaceiros, apesar de muitos negarem a localidade de origem.
      João Firmino conheceu cangaceiros de Alagoas:
     - Cangaceiros ditos de Pão de Açúcar, AL.
     - VELOCIDADE
     - RETIRANA
     - BARREIRA (Dito João cabra bom)
     - CIRILO DE ENGRACIA
     - ALAGOANO
     -  VINTE E CINCO
     - TIRANIA  
     - PAU FERRO
Cangaceiros ditos de Mata Grande, AL.
Entre eles:
-PEDRA ROXA e SANTA CRUZ.
Cangaceiro dito de Traipu, AL.
-LEMBRANÇA
Cangaceiro dito de Piranhas, AL.
- VILA NOVA (Localidade Poço Verde)
Cangaceiros ditos de Água Branca, AL.
Entre eles:
-CORISCO,BENVINDO e ANTÔNIO ROSA.
Cangaceiros ditos de Carneiro, AL.
- PEITICA e MANGUEIRA
Outros cangaceiros que apenas diziam-se alagoanos:
- PANCADA e sua mulher MARIA PANCADA
- CRIANÇA e sua mulher DULCE, PAI VEIO, PAVÃO, POCORAN, CAJARANA, SABÃO, CORRENTEZA, GATO (Marido de Inacinha), PORTUGUÊS, ZÉ CEGO, CANJICA, CORDÃO DE OURO, OLHO DE GATO, LARANJEIRA, SALAMANTA e COBRA VERDE.
 Cangaceiros de Sergipe conhecidos do sanfoneiro João Firmino.
Cangaceiros ditos de Carira, SE.
-BALÃO, MOITA BRABA e BEIJA-FLOR.
Cangaceiros ditos de Canhoba, SE.
-CANDIEIRO, GORGULHO, PENEDO que era primo de ADÍLIA, mulher do cangaceiro CANÁRIO.
Cangaceiros ditos de Propriá, SE.
-ELETRO E LAVANDEIRA.
                                                    POÇO REDONDO, SERGIPE, CANGAÇO.
Lampião chegou a ser senhor absoluto rei do cangaço em todo o nordeste e o então distrito de Poço Redondo em Sergipe na época se transforma na CAPITAL DO CANGAÇO! Com mais de 30 cangaceiros no bando do rei do cangaço. A partir de 1934, Poço Redondo foi sua joia mais preciosa no recrutamento de cangaceiros entre tantos os mais conhecidos do sanfoneiro João Firmino.
-ZABELÊ e o sanfoneiro João Firmino eram primos.
-NOVO TEMPO, MARINHEIRO e MERGULHÃO ( Irmãos de SILA), DEMODADO, COIDADO,DIFERENTE,DELICADO,SABIÁ,CAIXA DE FOSFÓRO,CANARIO,CAJAZEIRA que foi o fazendeiro Zé Julião Nascimento, que mais tarde veio a adentrar na política de Poço Redondo e por alguns motivos alheio veio ser assassinado em 19 de Fevereiro de 1961. Zé de Julião foi candidato a Prefeito pela primeira vez em 1954. O resultado da eleição 134 a 134 votos deu empatado, com o outro concorrente Artur Moreira de Sá que assumiu por ser mais velho, perdendo a eleição, portanto, Zé de Julião, o antigo cangaceiro CAJAZEIRA. Quatro anos depois (1958) Zé de Julião é candidato novamente ao cargo de Prefeito de Poço Redondo tem como concorrente o Tenente da Polícia Sergipana (Eliezer Joaquim de Santana). Zé de Julião tem chances totais de vitória, mas uma injustiça lhe acontece. A UDN e o seu poderoso chefe (Leandro Maciel), não permite que o antigo cangaceiro concorra à eleição, não permitindo que os seus eleitores recebam os títulos para votar. Impedido da disputa, Zé de Julião no dia da eleição, invade Poço Redondo e a localidade Bonsucesso, roubando as urnas da cidade e do povoado. Zé de Julião é cassado pelas autoridades. Foge e se esconde na Serra Negra, atual Pedro Alexandre na Bahia, amparado pela força e o poder do Tenente João Maria. Naquela ocasião já estavam escondidos em Serra Negra os homens mais valentes do PSD sergipano: PITITÓ, ZECA DA BARRA, TONHO PEQUENO, os CEÁRA e JOSAFÁ. Todos escorraçados do estado de Sergipe pela polícia e os jagunços da UDN do senhor Leandro Maciel. O eixo da ação daqueles perigosos proscritos da política Sergipana passa a ser Serra Negra na Bahia e Pão de Açúcar em Alagoas. Em Pão de Açúcar, sobressaia-se a figura do último coronel do sertão – Elísio Maia (1914-2001), mantendo às suas expensas um numeroso bando de jagunços e pistoleiros arrebanhados em Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco. Elísio Maia manteve-se por mais de 40 anos na política de Alagoas com uma vasta área de comando a ferro e a fogo em diversos munícipios do sertão alagoano.
        Agosto de 1928 quando Lampião foi escorraçado de Pernambuco, cruzou o Rio São Francisco e entrou no sertão Baiano, levando consigo apenas cinco cangaceiros, o cunhado Virgínio (MODERNO), o irmão caçula Ezequiel (PONTO FINO) Luiz Pedro, MERGULHÃO e MARIANO. O sanfoneiro João Firmino, ainda tocou pessoalmente para os cangaceiros – CORISCO, MERGULHÃO, MOURÃO, DELICADO, XEXÉU, CHÃ PRETA e LABAREDA.
Cangaceiros Baianos conhecidos do sanfoneiro João Firmino:
-CRUZEIRO, AMOROSO, MARIANO, MEIA NOITE, DEVOÇÃO, JURITI, ANGÊLO ROQUE DA COSTA – O LABAREDA, PASSÁRINHO, SABONETE, ZÉ SERENO e o carrasco de Chorrochó – O famoso Zé Baião, o ferrador – O cangaceiro da Palmatória, MANÉ MORENO, ZEPELIM, MORMAÇO E MOURÃO.
      No interior de Pão de Açúcar grande façanha se deu quando um civil conhecido por Antônio de Amélia, ele sozinho enfrentou e matou (04 cangaceiros) sendo: - ZÉ FORTALEZA (chefe de bando), MEDALHA, SUSPEITA e LIMOEIRO. O fato ocorreu em 19 de Setembro de 1935, na fazenda Aroeiras. O fim do cangaço foi traçado em Alagoas, com vital participação das cidades de Piranhas e Pão de Açúcar. Ainda no interior de Pão de Açúcar no final do cangaço mais uma barbaridade acontecia – O filho de Luís Vicente foi castrado em questão de minutos. Fuxico foi o motivo principal da confusão.
      O soldado Adrião foi morto pelo cangaceiro BALÃO. Adrião era filho de Pão de Açúcar. As volantes de Pão de Açúcar estavam sob os comandos dos tenentes JUCÁ e PORFIRÍO e dos Sargentos Francisco Ferreira e Zé Calu. O cerco final do cangaço foi cada vez mais ficando restrito entre os munícipios de Piranhas e Pão de Açúcar em Alagoas e o então distrito de Poço Redondo em Sergipe. Nesse triângulo de território lascado pelo Rio São Francisco – Lampião- rei do cangaço ganhou confiança e se sentia cada vez mais um rei, ladeado de súditos dominados pelo medo da morte a ferro e a fogo.
   Cangaceiros Pernambucanos conhecidos do sanfoneiro João Firmino, entre eles.
- JUREMA, DESBOTADO, DESCONHECIDO, COBRA PRETA (criado de Lampião), PONTO FINO,(Irmão de Lampião – dito Ezequiel), MODERNO (Cunhado de Lampião), ESTRELA DALVA, SABINO,ASA BRANCA, QUINTA FEIRA,BEM-TE-VI,ZÉ FORTALEZA...etc.
                                                               MULHERES CANGACEIRAS
Além da baiana Maria Gomes de Oliveira – Maria Déia-MARIA BONITA (1911-1938) O sanfoneiro João Firmino conheceu:
                                                  

ALAGOANAS DO CANGAÇO
-INACINHA, companheira do cangaceiro GATO. Houve dois cangaceiros com o apelido de GATO, um deles era baiano e o outro era alagoano Inacinha dizia-se alagoana
-MARIA PANCADA, Companheira do cangaceiro PANCADA, diziam-se alagoanos de um lugar denominado Capivara interior de Batalha-AL, noutras versões eram baianos.
-NENEN, companheira do cangaceiro Luís Pedro, NENEN dizia-se alagoana de lugar ignorado. Na opinião do sanfoneiro João Firmino e também de muita gente, NENEN era a mulher mais bonita do bando, por ser tão rosada, ruborescia sangue no rosto, outros a chamavam com todo o respeito de “Rosa do Jardim do Paraíso”.
-DULCE foi a segunda companheira do cangaceiro CRIANÇA, ambos eram alagoanos.
                                                            SERGIPANAS DO CANGAÇO
                                                             (Maioria – Poço Redondo)
- ENEDINA, Sergipana de Poço Redondo foi companheira do cangaceiro CAJAZEIRA, ambos eram Sergipanos de Poço Redondo.
-SILA, Sergipana de Poço Redondo, foi a segunda companheira do cangaceiro baiano ZÉ SERENO. A primeira companheira do cangaceiro ZÉ SERENO chamava-se ILDA, era baiana e morreu de parto.
-ROSINHA, Sergipana de Poço Redondo, foi companheira do Cangaceiro baiano MARIANO (Chefe de Bando). Rosinha ficou viúva e despertou o interesse de abandonar o cangaço, foi morta a mando de Lampião.
-ADÍLIA, foi companheira do cangaceiro CANÁRIO, ambos eram Sergipanos de Poço Redondo.
-ADELAIDE, Sergipana de Poço Redondo, companheira do cangaceiro – CRIANÇA que era alagoano, Adelaide morreu de parto.
-ÁUREA, Sergipana de Poço Redondo, foi companheira do cangaceiro baiano MANÉ MORENO.
-MARIA, Sergipana de Canindé do São Francisco, foi companheira do cangaceiro baiano JURITI (chefe de bando).
                                                   CANGACEIRAS BAIANAS
-LIDIA, foi companheira do cangaceiro ZÉ BAIANO, mais tarde LIDIA veio a ser assassinado pelo próprio companheiro, vingando-se de uma traição.
-DADÁ, era baiana de Santa Brígida, foi companheira do cangaceiro alagoano - CORISCO – Chefe de bando.
                                         OUTRA DUAS MULHERES CANGACEIRAS
 -ZEFÁ, foi companheira do cangaceiro CANJICA.
-SEBASTIANA, foi a segunda mulher do cangaceiro sergipano Moita Braba, sua primeira companheira chamava-se LILY e foi morta apunhaladas por Lampião. LILY traiu o companheiro MOITA BRABA com o cangaceiro POCORAN – O protegido de Lampião.
       No estado de Sergipe segundo informações do “tocador de Lampião” – João Firmino, foram considerados como os maiores coiteiros de Lampião – Os irmãos – os dois fazendeiros coronéis de barranco Antônio Britto em seu latifúndio, fazenda Belém no município de Porto da Folha. E o seu irmão Hercílio Britto em sua imensa fazenda Cuiabá em Canindé do São Francisco, garantia apoio na região do alto sertão Sanfranciscano sergipano. O apoio ao cangaço dos irmãos Britto resplandecia com jurisdição sobre grande parte do sertão de Sergipe e todo baixo São Francisco até Própria, SE. Na fazenda Belém de Antônio Britto chegou a se reunir por vários dias entre 75 e 80 cangaceiros a comer, beber e dançar dias e noites. Abatia-se gado e outros animais, tudo as expensas do Coronel Antônio Britto e nada era diferente na fazenda Cuiabá do coronel Hercílio Britto, ambos os filhos do lendário Coronel de barranco cutelo e baraço, Francisco Porfirio Britto.
      O sanfoneiro João Firmino durante muito tempo manteve em Pão de Açúcar um bloco de carnaval denominado os CANGACEIROS.
(Lampião para mim era bom demais)
                                               João Firmino (1911-2001)

     Outros sanfoneiros bastante requisitados por Lampião entre os sertões de Alagoas e Sergipe eram: Manoel Guilhermino, interior de Pão de Açúcar. Agenor da Barra, era Pão de açúcarense, mas na época do cangaço residia em Barra do Ipanema – Belo Monte-Alagoas. Elis bão era Sergipano ao lado de João Firmino tocaram por mais de 10 anos na fazenda Belém onde não faltavam cangaceiros todos os dias. Após 17 dias passados da morte de Lampião – 14 de Agosto de 1938, o sanfoneiro João Firmino ainda tocou na fazenda Belém para os cangaceiros:
-VILA NOVA, PAVÃO, CRIANÇA, POCORAN, NOVO TEMPO e DESCONHECIDO!
      Em Pão de Açúcar para o conserto de algumas armas e o fabrico de outras como punhais, Lampião sempre requisitava os serviços do famoso ferreiro Mestre Pedro.
       O fazendeiro e Coiteiro dono da fazenda Belém Antônio Britto ficou muito triste, comovido quando ouviu pelo rádio a noticia da morte de Lampião de quem era grande amigo praticamente teve um desmaio.

INFORMANTE:
- O PRÓPRIO JOÃO FIRMINO – DEZEMBRO DE 1997
- RAMINHO (Neto de João Firmino) – FEVEREIRO DE 2016






  
          

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

MARCELO MACIEL DE CARVALHO:                                                   ...

MARCELO MACIEL DE CARVALHO:                                                   ...:                                                    José Ferreira de Melo - Zuza Ourive                                                ...
   
                                               José Ferreira de Melo - Zuza Ourive
                                                                    (1913-1994)
                                                      O fundador de Palestina-AL
Por: Marcelo Maciel – Pesquisador

                        Carros possuídos por José Ferreira de Melo
                                       (Todos da Chevrolet)
1º - Foi um CAMINHÃO -,ano 1946. Cor:-Verde cana. A partir de 1948, foi o único meio de transporte motorizado que havia em Retiro-Palestina, e, servia também ao transporte de água para a comunidade e mesmo ao transporte de passageiros ás Segundas-feiras para a feira livre de Pão de Açúcar.
2º - Foi uma caminhonete ROQUETE – Ano 1954 – Cor: verde, servia para as viagens do então comerciante José Ferreira de Melo.
3º - Foi um STUDY BACK – Ano 1956,Cor: Azul. Foi bastante utilizado no transporte de leite. Era um tipo caminhonete. Transportou bastante leite para o famoso laticínio consumir 10.000 mil litros de leite diariamente, durante alguns anos seguidos.
4º - Um VERONEZ – Ano 1959, Cor: Azul escuro, foi o último carro que José Ferreira de Melo possuiu, mas alguns meses após a emancipação política foi vendido para ajudar no pagamento de algumas dívidas, e que, com a emancipação política de Palestina o seu fundador veio a se deparar com a sua falência sem precedentes. Em 1963 ás expensas de duras penas foi eleito Prefeito do território que emancipou, mesmo assim não conseguiu mais comprar outro carro, apesar do mandato ter sido de seis anos. Para realizar suas viagens, passou a fretar o JEEP de seu ex-chofer  José Alves Lisboa dito Pé de bague (1939). O Veronez do fundador da cidade – foi nesse meio de transporte que foram feitas inúmeras viagens a Maceió, todas custeadas com o dinheiro do próprio bolso em busca de um sonho de obstinação. Afinal do que valeu? Para depois morrer esquecido, abandonado, na miséria como morreu por apenas um registro esquecido nos escrínios da história.
                                                   “TUDO DEBAIXO DO SOL É ILUSÃO.
                                                    ASSIM DIZIA SALOMÃO-O REI MAIS SÁBIO
                                                   QUE JÁ HOUVE EM TODA A TERRA   E QUE                                          
                                                  JAMAIS SE VESTIU COMO UM LÍRIO DO
                                                  CAMPO. ASSIM TAMBÉM DISSERA
                                                   JESUS CRISTO, CERTA VEZ !!!”            
      
um CAMINHÃO -,ano 1946. Cor:-Verde cana. 

ROQUETE – Ano 1954 – Cor: verde  
           

STUDY BACK – Ano 1956,Cor: Azul

VERONEZ – Ano 1959, Cor: Azul escuro



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

PÃO DE AÇÚCAR VERSUS MATA GRANDE!!!!



                PÃO DE AÇÚCAR VERSUS MATA GRANDE!!!!
                 
                 VOCÊ SABIA QUE...

      Pão de açúcar, quando foi elevada á categoria de Vila em 03 de março de 1854 teve seu território desmembrado do de Mata Grande, antiga Paulo Afonso. Em 1877, Pão de açúcar tinha uma extensão territorial aproximada de (2148Kms quadrados), cuja extensão foi mantida por 10 anos até 1887 quando teve de ceder (887Kms quadrados), para a formação do município  de Piranhas, incluindo alguns quilômetros cedidos por Água Branca.

   

      Mata Grande, já foi, um imenso latifúndio, que tinha aproximadamente (5570Kms quadrados).Hoje, Mata Grande, tem apenas exatos – 908,264Kms², mesmo assim ainda é o maior município de todo Estado de Alagoas. No decorrer dos tempos, a extensão territorial de Mata Grande deu origem a (12 munícipios),sendo eles: 



     -Pão de Açúcar, Água Branca;Piranhas,Delmiro Gouveia; Jacaré dos Homens, São José da Tapera; Monteirópolis, Palestina; Pariconha,e, sem falar em Mata Grande: Além de Olho d’água do casado, Canapi e Inhapi.

  

    Na imensa extensão territorial que fora compreendida por Mata Grande, nasceram filhos ilustres, que só enalteceram o Estado de Alagoas e o Brasil, só para lembrar figuras como: D. Antônio Manoel de Castilho Brandão – O primeiro Bispo de Alagoas (1849-1910); Francisco Henrique Moreno Brandão – historiador e Poeta (1875-1938); Dr. Félix Moreno Brandão – Herói da Guerra do Paraguai, onde alcançou o posto de Major; Dr. Euclides Vieira Malta – Deputado Provincial, Estadual e Federal, foi intendente municipal de Maceió, e, por 3 mandatos foi Governador de Alagoas; sem falar em Artur Guimarães de Araújo Jorge, escritor de pena invejável e Juris consulto, desenvolvendo carreira diplomática, iniciada como secretário do Barão do Rio Branco e, por fim atingindo o posto de embaixador do Brasil em vários países...

   

     Mata Grande, tal imenso latifúndio era constituído por sesmarias doadas em nome de sua majestade – O rei, e, pelo Governador geral, o vigésimo terceiro do Brasil – Francisco Barreto de Menezes (1657-1663), da capitania de Pernambuco ao Capitão – Mor Antônio de Souto Macêdo e demais condôminos num total de dez ao todo, como recompensa pelos relevantes serviços prestados por eles na guerra da restauração Pernambucana contra o inimigo invasor – Os Holandeses.



     No começo do século XVII, tais terras possuíam 2 mil cabeças de gado bovinos, cerca de 40 escravos e ainda uma certa quantia de animais cavalares (...)



     Em 1817 quando Alagoas separou-se de Pernambuco o território de Mata Grande correspondia a cerca de 1/5 (um quinto) do Estado de Alagoas.



    Sabe-se ainda hoje que os capitães-mores Antônio de Souto Macêdo e Sebastião de Sá vieram a dividir o latifúndio em 6 fazendas de criação de gado, cujos os nomes ainda são conservados: Itabaiana, Barra do Rio dos Cabaços; Remanso, Cachoeira Grande; Dois Riachos, Lagoa do Paca e Ouricuri.

     A famigerada casa da torre de Garcia d’Avila, da Bahia, já foi senhora absoluta de todo território Mata Grandense. Mata Grande ganhou sua condição de Vila em (18 de março de 1837), mas o tal pré-requisito foi revogado em 1838 porquê a lei orçamentária da província havia aprovado uma verba destinada á construção de uma casa da Câmara e uma cadeia pública e, os moradores já tinha construído os referidos edifícios. Porém, o município perdeu tais prerrogativas, em 04 de Maio de 1846,determinando sua incorporação a Traipu, através da lei nº 43, que retirou sua condição de Vila. Cujos direitos foram readquiridos seis anos mais tarde, em consequência da lei nº 197, de 28 Junho de 1852, portanto, a luta foi contínua.



      Você sabia que...



      A extensão territorial do estado de Alagoas, só equivale a pouco mais de (30 extensões) da do município de Mata Grande.



     A área territorial do município de Mata Grande equivale a (22) municípios do tamanho de Coqueiro Seco. O menor município do Estado de Alagoas é Coqueiro Seco, conta apenas com (40,262 km² )



     A menor população do Estado de Alagoas é do município de Pindoba ,com apenas 2956 habitantes.





                           FONTES CONSULTADAS



- Dr. Joaquim Maria de Lacerda – pequena história do Brasil – 1934.

  Edição Atualizada

-MENDONÇA, Aldemar de- PÃO DE AÇÚCAR HISTÓRIA E EFERMÉRIDES 1974.

Edição Única

-ELES FAZEM ALAGOAS – PREFEITOS MUNICIPAIS – LIVRO I – MANCHETE dos municípios – Dez/1986

-Luiz G. Rodrigues – Minha Terra Alagoas -1992. Edição Única

-IBGE – População dos municípios de Alagoas – Censo 2015









Por : Marcelo Maciel de Carvalho – Pesquisador



          Palestina, aos 29 de Janeiro de 2016.